domingo, 24 de junho de 2012

Brasões







BRASÕES


Numa leitura heráldica, devemos atender que o brasão é constituído por uma parte central, chamada escudo onde eram pintados os símbolos que os cavaleiros tinham escolhido ou herdado, e os elementos que ficam fora do escudo, chamados Signos exteriores, representando os atributos nobiliários da categoria da pessoa que usa as armas, por exemplo: coroas, elmos, capelos eclesiásticos, etc. Também são Signos exteriores o paquife, o virol, o timbre, as plumas, etc. No nosso caso concreto, como temos escudos, todos eles esquartelados, apenas vou descrever como se faz a sua leitura. Como a própria palavra diz o escudo era dividido em quatro quartéis, onde se brasonavam as armas a que tinham direito, começando a leitura pela parte superior ou chefe, e da esquerda para a direita, estando o escudo de frente para quem lê como a seguir está ilustrado: Quanto ao solar da Bandeirinha, temos de interpretar três brasões distintos, todos eles importantes pelo significado que têm. Vou começar por descrever o do portão armoriado, que julgo ser o mais importante, por reunir as armas mais antigas que esta família usou e por ser mais completo em termos heráldicos.Por conseguinte o brasão do portão, tem no 1º quartel, as armas dos Portocarreiros (axadrezado de ouro e azul, de três peças em faixa e cinco em pala); 2º quartel, as armas de Osório (de ouro com dois lobos de vermelho); 3º quartel as armas dos Cunhas (de ouro, com nove cunhas de azul); 4º quartel as armas dos Fonsecas / Coutinhos (de ouro com cinco estrelas de vermelho). Em termos de Signos exteriores tem ainda um elmo e timbre: cavalo nascente de ouro, bridado e enfreado de azul – o timbre corresponde ao das armas do 1º quartel, ou seja, às dos Portocarreiro. Pelo exposto podemos deduzir a importância deste brasão, que corresponde às armas de toda esta família e às do morgadio, que foi instituído sob invocação de S. Tiago, com capela na Igreja Matriz. O brasão da fachada lateral do solar, que é um esquartelado de Cunha, Ferraz (de vermelho com seis arruelas), Vieira (de vermelho com cinco vieiras de ouro) e Osório. Este escudo foi brasonado em contravenção com as leis da heráldica, não sei se por desconhecimento, se para assinalar alguma diferença. Pode-se pensar que em relação às vieiras deviam ser em número de seis, podia ser para assinalar a tal diferença. Pelas suas características, traduz uma certa antiguidade, e pensa-se que pertenceu ao Morgado Manuel da Cunha Osório de Portocarreiro, que foi capitão-mor de Melres (1645), vereador do Senado da Câmara e Comissário do Rei “para os galeões de ouro”. Por ultimo temos o brasão esculpido em talha dos ornamentados tectos, que datam de 1698. Este é esquartelado de Cunha, Portocarreiro, Coutinho e Osório. Atendendo à data dos tectos, as pessoas que nesta altura residiam no solar, podemos inferir que pertencem ao Morgado Manuel da Cunha Coutinho de Portocarreiro – Fidalgo de Solar e que fez justificação de nobreza, lavrada no Tabelião da Vila de Melres a 13/05/1715. Seguindo a mesma metodologia, vamos agora falar do solar da “Casa Grande”.Passando para a leitura do escudo, temos então no 1º quartel as armas antigas dos Macedos (cinco estrela de pontas de ouro em campo azul – concedidas por D. João I a Martim Gonçalves de Macedo, que livrou o nosso Rei da morte por um castelhano, na batalha de Aljubarrota); no 2º quartel as armas dos Morais (partido: o primeiro de vermelho, com uma torre de prata; o segundo de prata, com uma amoreira arrancada de verde); no 3º quartel, embora duvidoso, as armas dos Malheiro (de azul, com duas cruzes de prata, cantonadas de estrelas de seis pontas, de ouro); e no 4º quartel as armas dos Sarmento (de vermelho, com treze besantes de ouro, postos 3.3.3.3 e 1).
Heráldica familiar e de domínio Finalmente, podemos falar ainda, do brasão existente no actual Centro Social – antigo Paço do Donatário , onde funcionou os Paços do Concelho da Vila de Melres e que é um brasão de armas, dos Marqueses de Marialva, donatários de Melres por isso de domínio e cuja descrição é a seguinte: 1º e 4º quartel (armas reais de Portugal) de prata, com cinco escudetes de azul, postos em cruz e cada escudete carregado de cinco besantes do primeiro esmalte, postos em sautor e bordadura de vermelho carregado de sete castelos de ouro; o 2º e 3º quartel de azul, com três flores-de-lis de ouro; sobreposto um escudarte de ouro, com um anel encoberto, tendo um rubi, voltado para o chefe.
Elaborado por: Joaquim Gonçalves Mendes.








Um comentário:

MARCELO disse...

oi,me chamo Marcelo Jose Ferraz,sou neto de CANDIDO JOSE FERRAZ QUE ERA FILHO DE FELIX FERRAZ,E NETO DE LEONEL JOSE FERRAZ,que foi pelo que li um dos fundadores de FERNANDO PRESTES,meu avo nasceu na cidade de Catigua/SP perto de SAO JOSE DO RIO PRETO/SP,qualquer duvida mande um email para marceloferraz07@r7.com